5 dez

27° Prêmio Guarani :: Indicados de 2021

Empate! Deserto Particular, de Aly Muritiba, e Marighella, de Wagner Moura, são os campeões de indicações nesse ano, ambos concorrendo em 15 categorias!

 

A Academia Guarani de Cinema Brasileiro apontou, durante sua análise em relação aos melhores de 2021, um total de 45 filmes – entre longas e curtas, nacionais e estrangeiros. É exatamente a mesma quantidade anunciada no ano anterior, o que evidencia que os dois anos mais afetados pela pandemia de Covid-19 não deixaram de apresentar uma forte seleção de produções tanto no Brasil quanto no exterior. Ao todo, somente em longas-metragens brasileiros, nada menos do que 150 títulos foram lançados comercialmente no país entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2021, seja nos cinemas, na televisão ou nas plataformas de streaming, o que mostra a força do nosso setor audiovisual.

E temos dois recordistas de indicações: o drama romântico Deserto Particular, de Aly Muritiba, e o thriller político Marighella, de Wagner Moura, ambos concorrendo em 15 categorias. Os dois concorrem em Melhor Filme do Ano ao lado da animação Bob Cuspe: Nós Não Gostamos de Gente, de César Cabral – a segunda produção do gênero a conseguir tal feito – do drama social Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso, e do drama sexual Vento Seco, de Daniel Nolasco.

Bob Cuspe se destaca também pelo recorde histórico alcançado: com 5 indicações, é a produção do gênero mais bem-sucedida na história do Prêmio Guarani, superando O Menino e o Mundo (2013), que teve 4 indicações (e ganhou como Melhor Trilha Sonora) – numa época, no entanto, que não existia a categoria de Melhor Animação. O segundo longa com o maior número de indicações, no entanto, não está na disputa principal: 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, está presente em 10 categorias, enquanto que Cabeça de Nêgo recebeu 8 indicações, a mesma quantidade de Turma da Mônica: Lições (que, por sua vez, superou Turma da Mônica: Laços, que teve 7 indicações).

Entre os atores, os destaques foram Irandhir Santos, que chegou a sua décima indicação (recordista absoluto na categoria), enquanto que Rodrigo Santoro e Fernanda Montenegro chegaram, ambos, em suas nonas indicações. Wagner Moura também chegou na sua décima indicação, mas dessa vez concorrendo em Direção. Entre os indicados do ano passado que estão bisando presença no Guarani, estão Zezita Matos (premiada em 2021), Irandhir Santos (premiado em 2021) e Thomas Aquino. Já na categoria de Filme Estrangeiro, EUA, Inglaterra e Alemanha estão novamente na disputa, após terem concorrido também no ano passado (e terem perdido para a França). Confira a seguir a lista completa com todos os concorrentes:

 

 

FILME DO ANO

 

Se em 2021 nenhum Documentário em Longa-metragem se posicionou entre os cinco melhores Filmes do ano, a surpresa ficou por conta da presença de um longa de animação, o que não ocorria desde 2015, quando O Menino e o Mundo ficou entre os finalistas. Dos onze produtores indicados nessa categoria nesse ano, apenas Fernando Meirelles já havia concorrido por aqui, em três ocasiões, sem ter ganho em nenhuma delas. Wagner Moura também é um velho conhecido do Prêmio Guarani, com múltiplos prêmios e indicações, mas sempre em atuação – como produtor é a sua estreia. Deserto Particular e Marighella são os recordistas neste ano, concorrendo em 15 categorias cada. Cabeça de Nêgo recebeu 8 indicações, enquanto que Vento Seco teve 7 indicações em 6 categorias. Já Bob Cuspe: Nós Não Gostamos de Gente somou 5 indicações. Entre os concorrentes, Marighella ganhou o troféu de Melhor Filme no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e no Festival SESC Melhores Filmes (Júri da Crítica e Júri Popular). Deserto Particular, por sua vez, foi o representante brasileiro no Oscar 2021, premiado no Festival de Veneza, escolhido como o melhor do ano pela ACCIRS e grande vencedor do Cine PE, em Recife (Melhor Filme pelo Júri Oficial e pelo Júri da Crítica). Bob Cuspe: Nós Não Gostamos de Gente foi pré-selecionado ao Oscar 2021 e premiado no Festival de Annecy. Vento Seco foi selecionado ao Festival de Berlim, enquanto que Cabeça de Nêgo foi o melhor do ano pela ABRACCINE, ACECCINE e pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

 

 

DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM

 

Nenhum dos cinco concorrentes nessa categoria conseguiu ao menos uma indicação extra em qualquer outra disputa desse ano, ao contrário do que se viu em anos anteriores, com filmes como No Intenso Agora (2017) ou Jogo de Cena (2007) – esse, inclusive, chegou a ser reconhecido como Melhor Filme do ano, o único em vinte e seis edições do Prêmio Guarani. Entre os responsáveis pelos indicados, no entanto, estão velhos conhecidos do Guarani. A recordista é Anna Muylaert, que tem nessa ano sua décima-segunda indicação, porém a primeira nessa categoria. Muylaert já ganhou em 4 ocasiões, três como roteirista e uma em direção. Esta é a oitava indicação de Luiz Bolognesi, que nessa categoria concorreu em 2019, por Ex-Pajé (2018). Ele, no entanto, conta com duas vitórias anteriores, ambas como roteirista. Ricardo Calil, porém, é o único já premiado nessa categoria, por Uma Noite em 67, em 2011 (esta é sua quarta indicação). Lô Politi, Rafhael Barbosa, Werner Salles e Gustavo Vinagre estão todos concorrendo pela primeira vez ao Prêmio Guarani.

 

DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM

 

Dos cinco indicados nessa categoria, Vincent Carelli é o único já premiado – porém como Melhor Documentário em Longa-metragem, por Martírio, em 2018. Esta é sua segunda indicação. Juliana Antunes, no entanto, está concorrendo pela terceira vez, a primeira nessa categoria. Diego Benevides, Camila de Moraes, Savio Fernandes, Muniz Filho e Rita Carelli estão todos concorrendo ao Prêmio Guarani pela primeira vez. Yaokwa: Imagem e Vitória foi o vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, enquanto que A Fome de Lázaro, também indicado ao GPCB, foi o vencedor do Festival de Gramado. Mãe Solo, Noites de Seresta e Trópico de Capricórnio também percorreram o circuito de festivais por todo o Brasil, acumulando prêmios e indicações.

 

FICÇÃO EM CURTA-METRAGEM

 

Dos cinco indicados nessa categoria, três concorreram também ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. A Máquina Infernal foi selecionado para o Festival de Locarno, na Suíça, enquanto que Chão de Fábrica foi premiado nos festivais de Brasília, Cine Ceará e Rio de Janeiro. Uma paciência selvagem me trouxe até aqui também circulou bastante, com conquistas nos festivais de Sundance, nos EUA, e no Olhar de Cinema (Paraná) e Tiradentes (Minas Gerais). Sideral foi outro título de repercussão internacional, premiado no festival de Berlim e exibido em Cannes. Já A Beleza de Rose foi reconhecido no Festival de Gramado. Uma seleção de peso, com três realizadoras entre os finalistas e representantes dos maiores eventos cinematográficos, tanto no Brasil quanto no exterior.

 

ANIMAÇÃO

 

O primeiro longa de animação a ter um maior impacto entre os votantes do Prêmio Guarani foi Uma História de Amor e Fúria, que recebeu três indicações em 2014. No ano seguinte, O Menino e o Mundo conquistou quatro indicações – inclusive a Melhor Filme – e ganhou como Melhor Trilha Sonora. Foi somente a partir da edição de 2018 que se inaugurou a categoria de Melhor Longa de Animação (o vencedor foi Historietas Assombradas: O Filme). No ano seguinte o nome da categoria foi alterado para Melhor Animação, incluindo, assim, longas e curtas na disputa – naquela disputa foram quatro curtas contra um longa. Em 2020, dois longas e três curtas, e em 2021, apenas curtas foram indicados, sem nenhum longa. Nesse ano, os longas voltam à disputa, com dois concorrentes, frente a três curtas (repetindo o cenário de 2020). Bob Cuspe sai na frente por ter recebido um total de 5 indicações – até a Melhor Filme! Porém, os demais concorrentes também são fortes. Aurora: A Rua que Queria ser Rio foi premiado no Cine PE e indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Napo alcançou grande sucesso no exterior, tendo sido reconhecido nos festivais de Los Angeles, Valdívia e Atenas, entre outros. Stone Heart, por sua vez, participou do Festival de Gramado, enquanto que O Pergaminho Vermelho, o único outro longa na disputa, foi indicado ao Prêmio Platino de Cinema Iberoamericano.

 

FILME ESTRANGEIRO

 

Em 27 anos de Prêmio Guarani, em apenas três ocasiões não houve escolha de Melhor Filme Estrangeiro: 1996, 1997 e 2000. Nas vinte e quatro demais edições, mais de trinta países já tiveram produções originais indicadas. O recordista é Estados Unidos, que chega agora a sua 18° indicação, tendo ganho na metade delas (em nove disputas). O segundo país mais indicado é a França (14 indicações / 3 vitórias), que ficou de fora deste ano. A Inglaterra vem logo em seguida, que agora soma nove indicações, tendo sido premiada em duas ocasiões anteriores. A Alemanha já foi premiada uma vez, e com a indicação deste ano chega a um total de sete lembranças. Já a Dinamarca chegou a sua terceira indicação. Por fim, a Bósnia e Herzegovina tinha apenas uma indicação anterior, também sem vitória: concorrera pela primeira vez por Terra de Ninguém, em 2003. Entre os diretores responsáveis pelos longas indicados neste ano, apenas o dinamarquês Thomas Vinterberg havia sido indicado antes: ele concorrera, sem sucesso, por A Caça, em 2014.

 

DIREÇÃO

 

Um feito do 27o Prêmio Guarani: é a primeira vez na história da premiação que há um indicado na categoria de Melhor Direção que não concorre em absolutamente nenhum outro quesito. O responsável por isso é Madiano Marchetti, reconhecido por seu trabalho em Madalena. Assim como ele, Daniel Nolasco, Déo Cardoso e Wagner Moura estão concorrendo por aqui pela primeira vez. Moura, no entanto, possui nove indicações anteriores, já tendo sido premiado como Revelação (1) e Ator (3). O único que já havia estado nessa disputa é Aly Muritiba, que concorrera por Para Minha Amada Morta, em 2017. Ele possui, ao todo, duas indicações anteriores. Outra curiosidade é a presença de Déo Cardoso, o terceiro cineasta negro a ser indicado ao Guarani: antes dele, concorreram Jeferson De (Bróder, em 2012) e André Novais Oliveira (Temporada, em 2020).

 

ATOR

 

Um recordista. Essa é a décima indicação de Irandhir Santos, que já ganhou em cinco ocasiões, três nessa categoria (a última no ano passado, por Fim de Festa). Dos cinco indicados, os estreantes no Guarani são Seu Jorge e Antonio Saboia, que estão ambos concorrendo pela primeira vez. Seu Jorge, no entanto, pelo trabalho apresentado em Marighella ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, derrotando três colegas que estão também por aqui: Saboia, Santos e Chico Diaz. Seu Jorge ganhou também o Festival SESC Melhores Filmes (Prêmio da Audiência). Saboia, por sua vez, foi o Melhor Ator do Festival Cine PE, em Recife. O curioso é que Piedade concorreu no Festival de Brasília e Homem Onça participou do Festival de Gramado, mas tanto Santos quanto Diaz não foram premiados nesses certames. Esta é a quinta indicação de Chico Diaz, a terceira nessa categoria (ganhou por Corisco & Dadá, em 1997). Por fim, Christian Malheiros ganhou o Guarani de Revelação Masculina por Sócrates, em 2020, e concorre como protagonista pela primeira vez. Por esse mesmo trabalho, em 7 Prisioneiros, ele estranhamente foi indicado como Melhor Ator Coadjuvante no Prêmio Platino de Cinema Iberoamericano.

 

ATRIZ

 

Até hoje, apenas duas mulheres negras foram premiadas como protagonistas no Guarani: Camila Pitanga, por Eu receberia as piores notícias do seus lindos lábios, em 2013, e Grace Passô, por Temporada, em 2020. Conseguirá Isabel Zuaa ou Thalita Carauta ser a próxima? Zuaa foi premiada como Revelação por Joaquim, em 2018, e está em sua terceira indicação. Já Carauta possui apenas uma indicação prévia, e como coadjuvante. Assim como Giulia Benite, que concorreu uma vez antes, mas como Revelação Feminina. Também sem vitórias até o momento está Debora Falabella, mas esta é a sua quinta indicação – a terceira nessa categoria. Por fim, uma curiosidade: Dira Paes é uma das campeãs do Guarani, e com essa chega na sua sétima indicação (a quarta nessa categoria). No entanto, todas as suas vitórias – três – foram como Coadjuvante. Por Veneza, porém, ela ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (concorrendo com, entre outras, Debora Falabella, por Depois a Louca sou Eu), enquanto que Isabel Zuaa, por Um Animal Amarelo, foi premiada no Festival de Gramado e indicada ao Prêmio Sofia da Academia de Cinema de Portugal!

 

ATOR COADJUVANTE

 

O único estreante no Guarani dessa categoria é Bruno Gagliasso, que pela atuação em Marighella concorreu ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (como protagonista) e ao Prêmio CinEuphoria (como coadjuvante). A mesma confusão entre categorias aconteceu com Rodrigo Santoro, que pelo desempenho em 7 Prisioneiros concorreu como protagonista no Prêmio Platino de Cinema Iberoamericano, mas ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como melhor coadjuvante do ano. Esta, aliás, é a nona indicação dele, a quarta nessa categoria (ele tem apenas uma vitória, como protagonista, por Bicho de Sete Cabeças, em 2002 – ou seja, vinte anos atrás). Thomas Aquino concorreu pela primeira vez ao Guarani no ano passado, nessa mesma categoria, enquanto que Cauã Reymond chegou agora na sua quarta indicação. Por Piedade ele foi escolhido melhor ator coadjuvante nos festivais de Brasília e de Los Angeles. Por fim, essa é a segunda indicação de André Ramiro, que concorreu – e ganhou – por Tropa de Elite, em 2008.

 

ATRIZ COADJUVANTE

 

As duas vencedoras dessa categoria nos dois últimos anos se encontram. Zezita Matos, agora na sua terceira indicação, ganhou no ano passado por Pacarrete, enquanto que Fernanda Montenegro (agora em sua nona indicação, sexta nessa categoria) foi a premiada de 2020, por A Vida Invisível. Por Piedade, Fernandona ganhou – como protagonista – no Festival SESC Melhores Filmes (Júri Popular) e em Los Angeles, enquanto que Matos, por Deserto Particular, foi a melhor coadjuvante do Cine PE. As demais estão ainda atrás de suas primeiras vitórias por aqui. Essa é a terceira indicação de Gilda Nomacce e a quarta de Adriana Esteves – essa, por Marighella, foi indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, mas como protagonista. Por fim, Jessica Ellen está concorrendo ao Prêmio Guarani pela primeira vez.

 

REVELAÇÃO MASCULINA

 

Apenas estreantes no cinema podem concorrer nas categorias de Revelação. Entre os homens, somente Pedro Fasanaro tem somado reconhecimentos até o momento: foi premiado como Melhor Ator, dividindo com Antonio Saboia, no Cine PE. Todos os demais tem aqui a primeira chance de se destacaram por seus trabalhos. Tanto Leandro Faria Lelo quanto Lucas Limeira são protagonistas dos seus filmes, enquanto que Allan Jacinto Santana e Vitor Julian roubam a cena em participações menores, mas de igual impacto. Entre os vencedores em anos anteriores dessa categoria estão Lázaro Ramos, Wagner Moura, Daniel de Oliveira, Jesuíta Barbosa e Christian Malheiros.

 

REVELAÇÃO FEMININA

 

Assim como na categoria irmã (Revelação Masculina) há dois concorrentes de um mesmo filme, por aqui isso também se repete. Grace Orsato sai na frente por ser a protagonista e por ter sido premiada no Festival de Cinema de Lima. A mais reconhecida até o momento, no entanto, é Thiessa Woinbackk, que por seu trabalho em Valentina foi premiada nos festivais Mix Brasil, Mostra de SP, Seattle, Los Angeles Outfest e SESC Melhores Filmes (Júri da Crítica). Entre as vencedoras anteriores dessa categoria estão Alice Braga, Hermila Guedes, Fabiula Nascimento, Caroline Abras, Camila Márdila, Valentina Herszage e Isabel Zuaa.

 

ELENCO

 

Os reconhecidos nessa categoria são os preparadores e/ou produtores de elenco, ou seja, os profissionais que escolhem e trabalham diretamente com os atores, em ensaios e exercícios de preparação, oferecendo o conjunto mais homogêneo e uniforme à produção. Patricia Faria está em sua quinta indicação, e foi premiada pelo elenco de Xingu, em 2013. Todos os demais estão concorrendo ao Prêmio Guarani pela primeira vez.

 

DIREÇÃO DE ARTE

 

Esta é a segunda indicação de Mariana Falvo, Dina Salem Levy e William Valduga ao Guarani. Por 7 Prisioneiros, Valduga concorreu ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, assim como a dupla de Deserto Particular, enquanto que Frederico Pinto, de Marighella, foi o vencedor. Valduga foi indicado ainda neste ano ao Prêmio da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), que também foi para Marighella. Esta, aliás, é a terceira indicação de Pinto ao Guarani, e segue em busca de uma primeira vitória. Bonofiglio está concorrendo ao Guarani pela primeira vez, mas seu colega, Marcos Pedroso, chegou nesse ano a sua sexta indicação, tendo ganho por A Máquina, em 2007. Salem Levy, por Um Animal Amarelo, foi premiada no Festival de Gramado.

 

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

 

Esta é a quarta indicação ao Prêmio Guarani de Adrian Teijido, que ganhou por O Palhaço, em 2012. Por seu trabalho em Marighella foi premiado no Festival SESC Melhores Filmes (Júri Popular) e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Concorriam com ele nesse último apenas Luis Armando Arteaga, que por Deserto Particular ganhou o Festival SESC Melhores Filmes (Júri da Crítica). No Prêmio Guarani, no entanto, é um estreante, assim como Bruno Polidoro, Camilo Soares e Larry Machado.

 

EFEITOS VISUAIS

 

Esta é a terceira indicação de Marco Prado ao Prêmio Guarani. Por Turma da Mônica: Lições, ele foi também indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, assim como Saulo Silva, por Marighella. Esse, porém, está concorrendo no Guarani pela primeira vez, da mesma forma que os demais indicados deste ano: Claire Cuinier, Joel Caetano e Antonio Baines.

 

FIGURINO

 

Esta é a sétima indicação de Veronica Julian, que ganhou o Guarani por Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme, em 2001. Por seu trabalho em Marighella, foi premiada no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, concorrendo com Ro Nascimento, que por Doutor Gama chegou a sua terceira indicação ao Guarani (ganhou por Joaquim, em 2018). Tanto Fernanda Marques quanto Manuela Mello possuem apenas uma indicação anterior ao Guarani – por Turma da Mônica: Laços, em 2020 – enquanto que Isbella Brasileiro e Ana Carolina Lopes estão estreando na premiação.

 

MAQUIAGEM

 

Martin Macias Trujillo é um dos recordistas históricos do Prêmio Guarani – ele possui nada menos do que 17 indicações anteriores, tendo ganho em cinco ocasiões – e em seis edições o mesmo desse ano ocorreu: duplas indicações. Pelo trabalho dele em Marighella, chegou a ser indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – mas perdeu para ele mesmo, por Veneza, que nem chegou a garantir uma vaga aqui no Guarani. Britney Federline também foi indicada ao GPCB por Deserto Particular, e, no Guarani, possui uma indicação – e vitória – anterior, por Morto Não Fala, conquistada em 2020. Mari Figueiredo está indicada pela primeira vez, assim como a turma de O Cemitério das Almas Perdidas, com exceção de Rodrigo Aragão, que concorreu antes por A Mata Negra, em 2019.

 

MONTAGEM

 

Esta é a terceira indicação de Lucas Gonzaga ao Prêmio Guarani. Sua única vitória até hoje foi por 2 Coelhos, em 2013. Por seu trabalho em Marighella, foi indicado ainda ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e ganhou o Prêmio da Associação Brasileira de Cinematografia – superando, entre outros, Germano de Oliveira. Esse, aliás, está em sua primeira indicação ao Guarani, e por seu trabalho em 7 Prisioneiros ganhou o Prêmio Platino de Cinema Iberoamericano e também foi indicado ao GPCB. O Grande Otelo, no entanto, foi para o trabalho de Karen Harley em Piedade, que nem chegou a ser lembrado por aqui. Guto Parente está em sua quarta indicação ao Guarani, a segunda nessa categoria, e segue na torcida pela primeira vitória. Tanto Eva Randolph quanto Patricia Saramago, por fim, são estreantes na premiação.

 

ROTEIRO ADAPTADO

 

César Cabral, Leandro Maciel, Gustavo Lipsztein, Nanna de Castro e Mariana Zatz são todos estreantes no Prêmio Guarani. Thiago Dottori, no entanto, está em sua terceira indicação, e pelo trabalho que ele e Zatz realizaram em Turma da Mônica: Lições foram indicados ainda ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Quem levou o Grande Otelo, no entanto, foi a dupla Felipe Braga e Wagner Moura, por Marighella. Moura também está indicado nessa categoria pela primeira vez, ainda que tenha outras nove indicações anteriores como intérprete. Já Braga, seu parceiro nesse projeto, está concorrendo ao Guarani pela segunda vez.

 

ROTEIRO ORIGINAL

 

Iuli Gerbase, Déo Cardoso e Daniel Nolasco estão indicados ao Guarani pela primeira vez, e todos os reconhecimentos que receberam por esses longas até o momento foi pelo projeto em si, o filme, e não quanto ao roteiro de modo específico. Henrique dos Santos e Aly Muritiba, pelo roteiro de Deserto Particular, ganharam o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e o Festival SESC Melhores Filmes (Júri da Crítica), além de terem sido indicados ao Prêmio Platino de Cinema Iberoamericano. Pelo roteiro de 7 Prisioneiros, Thayná Mantesso e Alexandre Moratto também foram indicados ao GPCB. De todos os presentes nessa seleção, o único que havia concorrido ao Prêmio Guarani antes é Aly Muritiba, que tinha duas indicações prévias, uma nessa categoria.

 

SOM

  • Lia Camargo, Miriam Biderman e Tom Myers, por 7 Prisioneiros
  • Daniel Turini, Fernando Henna, Henrique Chiurciu, Marcos Manna e Vitor Moraes, por Deserto Particular
  • Alessandro Laroca, Eduardo Virmond Lima, George Saldanha e Renan Deodato, por Marighella
  • Marcos Lopes e Tiago Bello, por Raia 4
  • Jorge Rezende, Miriam Biderman, Ricardo Reis e Toco Cerqueira, por Turma da Mônica: Lições

 

Uma categoria de recordistas. A turma da Marighella ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, superando os colegas de 7 Prisioneiros e de Turma da Mônica: Lições, entre outros. Ganharam ainda o Prêmio ABC, novamente à frente dos colegas de 7 Prisioneiros. Essa é a única indicação do Raia 4, e Deserto Particular também só foi reconhecido nesse quesito aqui no Guarani. Entre os profissionais indicados, no entanto, vários nomes se destacam. Daniel Turini tem oito indicações anteriores, Fernando Henna foi nove vezes indicado antes, Vitor Moraes tem duas. Henrique Chiurciu e Marcos Manna são estreantes. Tom Myers está indicado pela primeira vez, porém se trata de um profissional com longa experiência – já foi 3 vezes indicado ao Oscar! Lia Camargo, sua colega nesse trabalho, está em sua terceira indicação, e ganhou por 2 Coelhos, em 2013. Miriam Biderman, que tem indicação dupla nesse ano, possui nada menos do que 13 indicações anteriores, tendo ganho apenas uma vez, por Carandiru, em 2004. Ricardo Reis tem oito indicações anteriores, Jorge Rezende concorreu antes uma vez, e Toco Cerqueira é estreante. Alessandro Laroca tem também 13 indicações anteriores (ganhou cinco vezes), Eduardo Virmond Lima concorreu oito vezes (ganhou por Tropa de Elite, em 2008), George Saldanha já foi indicado em cinco outras edições, e Renan Deodato é o estreante. Já Tiago Belo e Marcos Lopes ganharam nessa mesma categoria em 2018, por Rifle.

 

TRILHA SONORA

 

Antonio Pinto tem nada menos do que 10 indicações anteriores, tendo ganho em duas ocasiões: Central do Brasil, em 1999, e por Cidade de Deus, em 2003. Por Marighella ele foi indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, mas quem levou o Grande Otelo para casa foi André Abujamra e Márcio Nigro, por Bob Cuspe: Nós Não Gostamos de Gente. Abujamra tem sete indicações anteriores ao Guarani (ganhou por Durval Discos, em 2004), enquanto que Marcio Nigro concorreu apenas uma vez antes, mas já com vitória, por É Proibido Fumar, em 2010. Felipe Ayres tem sua primeira indicação ao Guarani, porém, por Deserto Particular, foi indicado também ao GPCB e ganhou o Troféu Calunga no Cine PE. Felipe Puperi, Rita Zart, Tiago Abrahao e Fabio Goes estão todos em suas primeiras indicações.

 

RANKING

Tivemos um total de 27 longas nacionais com ao menos uma indicação ao 27o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, o que representa um acréscimo em relação ao ano passado, quando 25 foram indicados. Somam-se a esses mais 13 curtas – 5 docs, 5 ficções e 3 animações – e 5 longas estrangeiros, chegando ao montante de 45 títulos (o mesmo de 2021). Com 15 indicações cada, Deserto Particular e Marighella ficaram atrás apenas de A Máquina, recordista histórico com 16 indicações em 2007, e empataram com outros que também chegaram às 15 lembranças, como Pacarrete, Bacurau, Bingo: O Rei das Manhãs e Abril Despedaçado.

Todos os indicados às 24 categorias do 27o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro foram escolhidos a partir de uma votação promovida entre dezenas (mais de quarenta nomes) de críticos de cinema profissionais atuantes de Norte a Sul do país. A Academia Guarani de Cinema Brasileiro conta, em sua maioria, com a participação de associados das principais agremiações nacionais do gênero: ABRACCINE, ACCIRS, ACECCINE, ACCRJ, ACCPA e ACCiRN. Está é, portanto, a maior e mais ampla premiação da crítica de cinema no Brasil. Confira, a seguir, a relação completa de filmes indicados como melhores de 2021:

 

Deserto Particular (15): Filme, Direção, Ator, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Revelação Masculina, Roteiro Original, Figurino, Maquiagem, Direção de Arte, Direção de Fotografia, Som, Trilha Sonora, Montagem, Elenco

Marighella (15): Filme, Direção, Ator, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Figurino, Maquiagem, Direção de Arte, Direção de Fotografia, Efeitos Visuais, Som, Trilha Sonora, Montagem, Elenco

7 Prisioneiros (10): Ator, Ator Coadjuvante, Maquiagem, Direção de Arte, Som, Trilha Sonora, Montagem, Elenco, Revelação Masculina, Roteiro Original

Cabeça de Nêgo (08): Filme, Direção, Atriz Coadjuvante, Revelação Masculina, Revelação Feminina, Roteiro Original, Montagem, Elenco

Turma da Mônica: Lições (08): Atriz, Roteiro Adaptado, Figurino, Direção de Arte, Efeitos Visuais, Som, Trilha Sonora, Elenco

Vento Seco (07): Filme, Direção, Revelação Masculina, Revelação Masculina, Revelação Feminina, Roteiro Original, Direção de Fotografia

Bob Cuspe: Nós Não Gostamos de Gente (05): Filme, Animação, Roteiro Adaptado, Trilha Sonora, Montagem

Um Animal Amarelo (05): Atriz, Efeitos Visuais, Figurino, Maquiagem, Direção de Arte

A Nuvem Rosa (03): Roteiro Original, Efeitos Visuais, Direção de Fotografia

Meu Nome é Bagdá (03): Atriz Coadjuvante, Revelação Feminina, Revelação Feminina

Piedade (03): Ator, Atriz Coadjuvante, Ator Coadjuvante

Depois a Louca sou Eu (02): Atriz, Roteiro Adaptado

O Cemitério das Almas Perdidas (02): Maquiagem, Efeitos Visuais

O Novelo (02): Ator Coadjuvante, Roteiro Adaptado

A Última Floresta (01): Documentário em Longa-metragem

Alvorada (01): Documentário em Longa-metragem

Cavalo (01): Documentário em Longa-metragem

Cine Marrocos (01): Documentário em Longa-metragem

Vil, Má (01): Documentário em Longa-metragem

Homem Onça (01): Ator

4×100: Correndo por um Sonho (01): Atriz

Veneza (01): Atriz

King Kong en Asunción (01): Direção de Fotografia

Valentina (01): Revelação Feminina

Doutor Gama (01): Figurino

O Pergaminho Vermelho (01): Animação

Raia 4 (01): Som